A fascinante transformação de uma casa com história no Porto

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Hoje iremos leva-lo a conhecer uma das histórias mais fascinantes de sempre: a transformação de um casario. Trata-se de um edifício com dois pisos sem comunicação vertical interior que, devido à tamanha carga histórica e tempo de vida encontrava-se em mau estado de conservação. Ainda que possua alguns pormenores interessantíssimos em especial nas carpintarias, sem a intervenção dos arquitectos ABProjectos com sede no Porto, o final deste edifício seria certamente trágico. Curioso para conhecer a transformação?

Antes da transformação

Tal como é possível observar na fotografia, a imagem antiga da casa não era de todo a mais apelativa. Com paredes exteriores em alvenaria de pedra e vigamento em madeira, e apesar do mau estado em que se encontrava, a base para a realização deste projecto passou pela conservação da imagem originária do edifício, já que o mesmo se encontra numa área histórica protegida.

Mais do que a aparência e estrutura afectadas, o edifício original foi sendo estrangulado ao longo dos anos através dos anexos que a ele foram acrescentados. Devido a razões óbvias, todos estes anexos foram demolidos.

Um interior em estado crítico

Relativamente à intervenção nos espaços interiores e tal como acontece no exterior, um dos principais objectivos foi restaurar o interior conservando o desenho original do edifício mantendo assim o vigamento em madeira, as carpintarias e até a posição de certas paredes divisórias. 

Devido ao grave estado de conservação do edifício e sua estrutura dadas as diversas patologias de construção, a intervenção passou por guardar as carpintarias originais de modo a puder-se realizar novas cópias para as portas e janelas. 

A nova imagem

Com uma imagem fresca e aparentemente nova, é claramente possível observar os traços característicos do edifício antes da intervenção. Ainda que o telhado assim como toda a estrutura em vigamento aparente no primeiro piso tenham sido substituídos, teve-se um especial cuidado perante a preservação da imagem dos mesmos. 

A cobertura inclinada em telha mantém-se, tal como o desenho dos caixilhos em madeira, mas retiraram-se as portadas exteriores assim como as caleiras em alumínio.

A comunicação com os pátios

Com uma imagem agora mais limpa, é agora possível uma leitura unânime do edifício. Apesar de assumir uma nova cor, a casa mantém as suas características originárias: mantém as matérias que antes a definiam. Permanecem os embasamentos e pilastras em granito, enquanto que se veste agora num tom rosa velho. 

Ao seu redor, o casario é delimitado por dois pátios ajardinados a duas cotas diferentes. O pátio mais pequeno com acesso a partir da rua e o pátio maior, à mesma cota que o piso térreo. 

A transição entre o interior e o exterior é feita através de uma varanda com estrutura em madeira e soalho em madeira de pinho.

Um interior encantador

Relativamente ao programa da casa, esta distribui os espaços por entre dois pisos. No piso de acesso pela rua  foi recolocado um quarto, casa de banho, suite e sala de estar, mantendo deste modo a imagem originária da casa. Já no piso inferior (composto pela sala de jantar, cozinha, lavandaria, casa de banho, escritório e quarto de visitas), todo o programa entra em contacto com o exterior, procurando assim uma integração entre o verde e o construído. 

Tendo em conta as exigências do cliente perante a vontade de obter uma franca relação visual entre a cozinha e sala de refeições, optou-se por desenhar as duas áreas num espaço único, separando-as visualmente pela escada de acesso ao segundo piso.

As matérias mantêm-se…

Em termos de materialidade, todas as paredes foram separadas teoricamente pelo interior e forradas a gesso cartonado. Em relação ao piso, tentou-se preservar a imagem originária do piso anteriormente existente no edifício, colocando-se deste modo um belíssimo soalho de madeira maciça de freixo. Relativamente à variação de tons, as propriedades naturais desta madeira proporcionam uma tridimensionalidade ao espaço, impedindo a monotonia no mesmo. 

… e o desenho também.

Mas mas do que os materiais, é a forma que subsiste. Assim, a completar o espaço, e a conjugar perfeitamente com o soalho em madeira, as paredes brancas e o magnífico caixilho; os vigamentos em madeira que definem o tecto foram também eles pintados de branco. O teto desta sala, composto por uma maceira em madeira pintada com a forma de um octógono e assente sobre as paredes rectas tornam esta sala num espaço rico em formas e texturas, digna de uma sala de estar de um palácio real.

Gostou desta magnífica transformação? Deixe-nos aqui a sua opinião sobre o projecto.

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