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A maioria das cidades europeias conta já com séculos de história. Há edifícios que desapareceram, sobretudo durante as duas grandes guerras, e outros que, entregues ao abandono, acabaram por ruir. Ainda assim, é dever das cidades preservar os edifícios históricos que são incontornáveis na forma como nos relacionamos com elas.
O centro histórico de Guimarães remonta ao século XVII e a sua construção, de raízes medievais, tem sido mantida e está, ainda, em boas condições. Hoje, é para lá que vamos para lhe dar a conhecer o projecto de restauro de um edifício situado no núcleo histórico e que está, por esse motivo, abrangido por regulamentos especiais.
Durante a execução da obra, a equipa da MCSARQ verificou a veracidade das técnicas construtivas utilizadas como, por exemplo, tabiques, sistema de gaiola pombalina, entre outros aspectos que tornaram o exercício construtivo complexo e, em simultâneo, interessante. Os arquitectos mantiveram, sempre que possível, os sistemas construtivos originais. Afinal de contas, a grande mais-valia deste tipo de edifícios é a sua história. Contudo, quando já não é possível manter a veracidade construtiva, deve-se optar por métodos construtivos modernos, até porque, actualmente, só dispomos de materiais e de mão de obra apta para eles.
Sem mais delongas, convidamo-lo a vir conhecer este projecto.
Neste tipo de obra, há uma premissa essencial: manter a essência do imóvel e, ao mesmo tempo, dotá-lo do conforto necessário à sua utilização para os padrões de hoje. Assim, os soalhos foram mantidos e restaurados, bem como as caixilharias, as portadas e as demais estruturas de madeira do edifício. Porém, introduziram-se tectos falsos – com grandes cuidados com o conforto acústico e térmico – e alguns elementos que visam tornar o edifício mais estável e cómodo. Estes procedimentos permitiram a criação de espaços onde o original está presente, mas sem que falte o conforto. A ideia é complementar a arquitectura original e não ofuscá-la.
A forma como as civilizações utilizam a casa de banho está directamente ligada com o tempo em que actuamos. Há edifícios antigos onde, pura e simplesmente, não há casa de banho e outros há em que as casas de banho foram construídas muito depois, pelo que os padrões das mesmas não vão ao encontro daqueles a que estamos habituados. Neste imóvel, os arquitectos da MCSARQ optaram por criar casas de banho de raiz dotadas de todos os elementos que, hoje, esperamos encontrar num espaço destes.
Os espaços têm novos elementos, mas os arquitectos tiveram a sensibilidade e o bom senso de manter a essência do edifício que é visível na cobertura inclinada, nas portadas, nas janelas de guilhotina, nos rodapés e no soalho.
No quarto, os vãos permitem a entrada de generosos fluxos de luz natural que são reflectidos pela brancura marmórea das paredes, o que optimiza a sensação espacial e garante uma leitura mais clara dos espaços.
A caixa de escadas possui uma clarabóia que garante a iluminação, mesmo nos espaços de passagem. Nos edifícios clássicos, é comum haver clarabóias para iluminar as escadas de todo o edifício, sendo a manutenção das mesmas obrigatória pela Câmara de Guimarães. Todo o interior foi refeito, pelo seu avançado estado de degradação, sendo, sem dúvida, um dos elementos mais marcantes do edifício.
Como percebemos, o mais bonito desta intervenção é a forma como os arquitectos trouxeram os espaços ao presente por via de alterações sustentadas por um enorme respeito pelo existente. As áreas comuns do edifício sofreram, também elas, obras de restauro, com o retirar de elementos que não pertenciam à construção original do prédio. Todavia, os rodapés, os degraus, as guardas e todos os outros elementos originais foram preservados e restaurados através do uso de métodos tradicionais de construção. A clarabóia que víamos na imagem acima ilumina profusamente este espaço e conserva-lhe a essência.
Durante a obra, os profissionais questionaram-se sobre qual seria a solução mais equilibrada no que à caixilharia concerne. A caixilharia tem muita importância numa obra, quer do ponto de vista formal, quer do conforto dos espaços. As caixilharias frontais do edifício exibiam um estado de conservação razoável, sendo recuperáveis, mas o mesmo não se aplicava às restantes caixilharias do prédio. Houve ainda que ter em conta que a maioria das portas interiores eram, também, recuperáveis, sendo muito importantes para questões formais e de conforto.
Após a análise dos prós e contras de todas as soluções, optou-se pela manutenção das caixilharias frontais e pela substituição das restantes. Deste modo, preservou-se ao máximo a veracidade construtiva do edifício, mas não se comprometeu o conforto do interior.
Entregue o seu projecto a uma equipa de arquitectos experientes para o resultado ser o melhor possível. Em baixo, deixamos-lhe os contactos da MCSARQ:
Morada: Rua D. Pedro V Loja 10 – n.º 1070 / 4785 – 308 Trofa, Portugal
Contacto telefónico: +351 93 348 575 1
Site: www.mcsarq.pt
