Cada vez mais corrente na arquitectura contemporânea o minimalismo é uma tendência que se caracteriza por linhas rectas, desenhos simples e pouca decoração. Aqui a beleza está nos detalhes, na forma e nos volumes, nos pormenores desenhados muitas vezes pela arquitectura do próprio edifício. Existe, portanto, uma uniformização dos interiores e exteriores, seja pelos tons escolhidos ou pelos materiais usados, que criam uma atmosfera harmoniosa e equilibrada, enriquecida pela simplicidade.
Como diria o famoso e carismático Arquitecto do século XX, Ludwig Mies van der Rohe, Less is more
, ou seja, menos é mais
. Nem sempre encontramos a beleza na riqueza mas sim na qualidade e nas formas simples e limpas. É fundamental que o desenho de uma casa consiga falar por si só, transmitindo conforto e harmonia, associados à funcionalidade exigida.
As imagens que lhe iremos apresentar fazem parte do portfólio do fotógrafo Alemão Philip Kistner e retratam na perfeição a beleza de um edifício contemporâneo e minimalista.
O alçado principal da casa é definido por um forma rectangular dividida em quatro zonas: A entrada na principal, a entrada na garagem, duas janelas completamente simétricas e uma varanda. Tanto a varanda como a entrada principal inscrevem-se num plano mais afastado, protegendo-se assim tanto da chuva como dos eventuais excessivos raios solares.
O pavimento de entrada é definido por dois tons de cinzento, um mais claro que marca as zonas de acesso automóvel e penal, e outro mais escuro, quase preto, que define os vazios.
Logo à partida, desde o exterior, conseguimos perceber que se trata de uma casa tanto contemporânea como minimalista. O alçado desenha-se com um conjunto de grandes vãos associados a uma volumetria geométrica que, jogando com recuos e avanços, cria uma volumetria muito interessante.
Uma grande varanda estende-se na frente da casa,elevada por um patamar, que acede através de umas simples escadas à zona de relvado exterior. Existem anda vazios nas paredes e cobertura exterior que criam um divertido jogo de luzes e sombras.
Vamos agora de encontro ao interior. É perceptível que o o branco invade o espaço pintando paredes, tectos, portas e rodapés. O único contraste é o pavimento de madeira de tom claro que reveste tanto o corredor como o acesso de escadas. A guarda de segurança é desenhada muito discretamente com um vidro contínuo,sem qualquer tipo de ferro ou alumínio.
Um pormenor incrível nesta habitação está na forma subtil como a estrutura circular do candeeiro é complementada com um desenho precisamente igual no exterior. Desde este ponto de vista podemos perceber a sua relação e o jogo de simetria que criam quando olhadas de uma determinada perspectiva.
Como referimos a cima, a própria arquitectura do edifício é fundamental para criar o perfeito minimalismo. Podemos perceber isso através da imagem que pode observar. A lareira posiciona-se numa zona central dentro de um grande espaço, abrindo-se assim à casa. As paredes e tectos desenham recantos e bancos que nos levam a acreditar que este lugar foi cuidadosamente pensado e desenhado.
Seguimos rumo à cozinha onde se mantém a mesma paleta sóbria de cores. O branco predomina seguido pelo revestimento de madeira e alguns apontamentos a preto. Aqui encontramos, muito discretamente, a presença de dois bancos mais orgânicos que, ainda assim, primam pelo seu desenho simples e elegante. A cozinha define-se por uma parede de armários corridos e por uma ilha central que contempla a zona de trabalho, pia de lavatório e placa de fogão.
A casa de banho surge, obviamente, com um pavimento diferente da restante casa,um pavimento cerâmico que assim não destoa e dá continuidade ao pavimento de madeira das distintas divisões. Além do branco aqui as paredes são ainda pintadas em dois tons de cinzento que tornam o lugar mais quente.
De frente para o elegante lavatório, todo desenhado num único material, exibe-se um grande e espesso espelho e, ao fundo, uma belíssima e irreverente banheira.