A reconstrução de uma incrível habitação a partir de ruínas

Catarina Rodrigues – Homify Catarina Rodrigues – Homify
Habitação Unifamiliar Casa Cabórnegas, Em Paralelo Em Paralelo
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Numa perspectiva de preservar o património português, a construção em alvenaria de pedra, encontramos este projecto de reabilitação e requalificação de ruínas de pedra. Neste edifício datado de 1937 procurou-se manter a herança cultural e arquitectónica, transformando-o com pequenas alterações e ajustes numa habitação unifamiliar contemporânea. Foi definido inicialmente com fundamental da reabilitação dois pontos: tirar o máximo partido da exposição solar e orientar as vistas para a potencial paisagem. Grande parte do programa localiza-se então nos espaços habitáveis localizados preferencialmente no quadrante Sul, relacionando e integrando a pré-existência com o novo edificado de forma equilibrada  e em sintonia com o terreno. 

Trata.se de uma moradia implantada em Face, Distrito de Braça, com dimensões totais de 350 m². Os profissionais responsáveis por este projecto são os arquitectos Cristina Vaz Santos e Paulo Rodrigues que formam o atelier  Em Paralelo, sediado no Porto. Conheça os seus trabalhos e em especial este que a baixo lhe mostramos. 

Entrada

Este é o alçado principal da casa. A entrada principal é tida pelo volume saliente revestido a madeira que podemos ver na imagem e que contorna o piso térreo quase na sua íntegra. Uma zona de canteiro antecede a entrada na habitação e prevê um passadiço em pedra, facilitando o ingresso. 

Sem dúvida que esta casa transmite, logo à partir desde o exterior, uma harmonia e equilíbrio incríveis, evidenciados pela simbiose perfeita na escolha de materiais e pela forma perfeita como foram conjugados os traços antigos das ruínas com uma arquitectura moderna e contemporânea. 

As ruínas

Para percepcionar melhor o contexto da pré existência, mostramos-lhe apenas uma imagem que retrata todo o contexto ds implantação da casa. Tratava-se de um edifício muito antigo, abandonado e deixado ao aças. As ruínas de pedra bem como o espigueiro que se lê no primeiro foram a inspiração perfeita para esta equipa de profissionais.

Preservação da materialidade pré-existente

Nestas imagens damos-lhe a conhecer outras perspectivas, ainda da zona de entrada. Aqui as principais intenções de projecto foram a preservação da materialidade pré-existente: pedra, ferro e madeira. As escadas que podemos ver na imagem da esquerda já existiam com tal configuração, tendo sofrido apenas trabalhos de restauro.

Na imagem da direita, ao fundo, podemos perceber a existência de um antiga eira. Esta foi também mantida enquanto espaço exterior à casa tendo o seu uso sido, obviamente alterado. Neste projecto prevê-se para esse espaço a existência de uma zona de lazer exterior que sirva de apoio à sala de estar.

Simbiose com a modernidade

Aproximando-nos da zona de entrada percebemos que este volume de madeira desenha ainda uma varanda em deck que complementa a zona privada dos quartos. A escolha deste material de revestimento, ripado de madeira, deve-se não só a uma questão de carácter estético mas também funcional, servindo de barreira contra a exposição solar de Sul.

Exterior no interior

A preservação da traça existente do antigo edifício é uma premissa bem patente nesta habitação. Esta proposição é bastante visível na forma como o muro de pedra, que podemos ver na fotografia a cima, rompe com a imponente fachada e entra para o interior através da abertura de um vão de maiores dimensões. Especialmente este muro irá dividir no interior da habitação a sala de estar da cozinha.

Volumes com carácter

No alçado Norte da casa destaca-se um outro grande volume revestido a ripado de madeira. Este funciona como um prolongamento do volume da entrada do alçado Sul e assegura uma entrada de luz controlada no interior da habitação bem como a obstrução parcial da relação visual interior/exterior. As escadas de pedra que podemos ler à esquerda deste volume são uma entrada secundária de acesso à habitação.

Poesia na luz

Os interiores desenham-se da mesma forma encantadora e harmoniosa dos exteriores. O vão de aceso de escadas conta com uma altura tripla de pé direito livre onde um belíssimo rasgo de luz zenital se desenha no canto em plena continuação da parede. 

Requinte nos materiais

O pavimento dos espaços de lazer interior é revestido a madeira conferindo o conforto desejado no interior de uma casa construída em alvenaria de pedra. À esquerda podemos perceber a localização central que toma a imponente lareira de linhas simples e rectas. À direita encontramos o plano aproximado de pormenor da forma subtil e delicada de como o muro exterior entra no interior da casa.

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