Uma transformação brilhante em 80 m2 com apenas 50 000€

Mariana Caldeira Mariana Caldeira
Apartamento em Belém, Tiago Filipe Santos - Arquitetura Tiago Filipe Santos - Arquitetura Janelas e portas minimalistas
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Em arquitetura as intervenções mais simples são muitas vezes as mais interessantes. Desenhando um espaço de forma clara e sintética, produzem-se resultados surpreendentemente sofisticados e capazes de responder a todo o tipo de programas. No entanto, como todos sabemos, o aparente minimalismo final resulta sempre de um trabalho exaustivo de depuração que consiga equilibrar todas as características e exigências do projeto.

A intervenção que lhe apresentamos hoje, foi liderada por um jovem arquiteto português, já aqui mencionado graças à qualidade do seu portfólio, e segue precisamente todos os princípios de edição e refinação que lhe apresentámos. Partindo de um apartamento lisboeta desqualificado, desenvolveu-se um processo de modernização que acabou por libertar as áreas, criando uma nova forma de habitar.

Contexto

Situado em Belém, junto a uma das zonas mais interessantes do ponto vista histórico e cultural da cidade de Lisboa, o apartamento é envolvido por museus, jardins e ainda a avenida marginal que oferece a presença única do Rio Tejo. Apesar da sua localização privilegiada, muitos dos apartamentos construídos nesta freguesia, sobretudo durante a segunda metade do século XX, apresentam divisões pouco luminosas e uma planta geral excessivamente compartimentada. 

Intervenção

Dadas as características do imóvel, o arquiteto assumiu como principio fundamental da intervenção a necessidade de libertar a construção de paredes e limitações desnecessárias, garantindo que a luz natural inundasse corajosamente os espaços. Para este efeito, algumas portas foram eliminadas e os seus vãos aumentados, desafiando os tradicionais arquétipos da construção tradicional portuguesa, num sistema de ocupação do espaço mais moderno e informal. 

Acabamentos

Tratando-se também de um projeto de reabilitação, foi necessário integrar novos acabamento que resolvessem os problemas criados pela ação contínua do tempo e complementassem o novo desenho do espaço. Assim, num gesto assumidamente contemporâneo, todas as paredes e tetos foram pintados de branco de modo a transformar a amplitude das divisões e multiplicar a presença de luz natural e artificial. Como contraponto, manteve-se a presença da madeira nos pavimentos que, além de equilibrar a paleta cromática, testemunha o momento original da construção.

Cor

Curiosamente, o maior apontamento de cor de toda a intervenção foi integrado na casa de banho. Num equilíbrio perfeito entre o branco do apartamentos e azulejos amarelos, esta divisão acabou por conformar um ambiente surpreendentemente simpático para começar o dia com um banho matinal. O protagonismo dado a este elemento de cor, permitiu simplificar o desenho das restantes loiças e detalhes construtivos sem criar qualquer hipótese de monotonia.  

Minimalismo

Apesar de ter sido uma das divisões que mais alterações sofreu, a transformação da cozinha seguiu exatamente os mesmos pressupostos que informaram o resto da intervenção. Entre linhas ortogonais e moveis brancos, a cozinha-se oferece-se como uma espécie de tela branca pronta a ser preenchida com alimentos, loiças e refeições. 

Privacidade

Se achava que o amarelo da casa de banho estava sozinho enganou-se. A fachada que se debruça sobre um pequeno pátio privado foi pintada de amarelo, materializando um pequeno jogo que só os habitantes e seus convidados poderão compreender. Não deixa de ser interessante que numa intervenção tão simples e clara, além de se terem cumprido todas as exigências de uma casa com alguma sofisticação, ainda houve espaço para brincar.

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