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Atelier Calçada do Correio Velho (2014), pedro pacheco arquitectos pedro pacheco arquitectos Espaços comerciais Lojas e espaços comerciais
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Atelier Calçada do Correio Velho (2014), pedro pacheco arquitectos pedro pacheco arquitectos Espaços comerciais Lojas e espaços comerciais

Parte da história da reconstrução de Lisboa pós-terramoto está impressa nas fundações dos edifícios Pombalinos que redesenharam em justaposição uma nova cidade. Os seus alicerces são robustos e estruturam a base dos edifícios que se erguem até atingirem a altura que se abre ao rio. Este novo espaço é um testemunho da solidez destas fundações, traduzidas na clareza espacial e construtiva de uma arquitectura de herança clássica, com qualidades incontornáveis.
Algures no coração da cidade histórica, contido entre espessas paredes de pedra, encontramos um espaço surpresa, agora também parte integrante de uma rede de lugares criativos da cidade. A história dos ateliers de arquitectura é um pouco assim, integram-se lentamente no interior da cidade, tornando-se parte dela e favorecendo a sua gradual redescoberta.

As obras de reabilitação e restauro deste antigo armazém Pombalino de finais do século XVIII, decorreram entre 2012 e 2014, em paralelo com o projecto, e aproximadamente a meio da obra, numa fase de limpeza das abóbadas, descobrimos a seguinte inscrição: The first time goods were put into this warehouse was the 10 July 1799, assinada T. C.. Provavelmente um mercador inglês que terá habitado este espaço. O conteúdo e data são surpreendentes, pensando que nessa altura teriam passado 44 anos do grande terramoto de Lisboa, a cidade começava a erguer-se após o trauma da destruição. Durante várias dezenas de anos a cidade esteve em reconstrução e esta inscrição marca não só o ano do fim da construção do edifício, mas também a data da primeira entrada de mercadorias no armazém. É uma mensagem que resistiu ao tempo até encontrar um receptor… ..escrita especialmente para fixar um dos momentos em que a 'cidade volta a renascer'…

O conteúdo desta frase acabou por vir reforçar o significado polivalente deste espaço. E o contacto directo com a rua torna-o inevitávelmente mais cúmplice com o espaço público. Tendo como base um atelier de arquitectura, procuram-se novas relações e interacções com outros campos artísticos, como plataforma de criatividade.

Fotografia: Fernando Guerra FG+SG

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