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CASA EXPONOR – PROTÓTIPO DE CASA CONTEMPORÂNEA, Cannatà & Fernandes arquitectos Cannatà & Fernandes arquitectos
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CASA EXPONOR – PROTÓTIPO DE CASA CONTEMPORÂNEA, Cannatà & Fernandes arquitectos Cannatà & Fernandes arquitectos

A casa como lugar do habitar constituiu desde sempre, para os arquitectos, o espaço privilegiado da investigação e da experimentação. Uma investigação que abrange o mundo da economia e da cultura tecnológica, quer no âmbito dos processos de produção, quer na inevitável dinâmica da evolução da sociedade. Constatamos no entanto, com desagrado, que a dimensão económica dependente da lógica do mercado, atrasa e bloqueia a qualidade do habitar e os seus possíveis processos evolutivos, obrigando a que este permaneça em condições de subdesenvolvimento distanciado enormemente do grau de desenvolvimento a que temos assistido em outras áreas como o da saúde, da aeronáutica ou mesmo da genética.

Uma casa contemporânea deve ser necessariamente “inteligente” porque deve ser bela, funcional, confortável, lógica e capaz de conter os custos de gestão e de manutenção. Tem que ser capaz de dar resposta, mesmo à distância, às exigências de segurança, de intimidade, de conforto e de prazer psicológico.

Lugar de excepção para habitar, elemento mínimo da morfologia urbana, a casa foi sempre um tema privilegiado e particularmente estudado pelos arquitectos. A revolução industrial, em especial, alimentou a grande utopia de um mundo melhor através da libertação da escravidão do trabalho mecânico e a produção de qualidade para todos. O impossível equilíbrio entre um sistema social baseado na economia como elemento prioritário e o acto de suprir de modo igualitário todas as necessidades colectivas, provoca uma inevitável diversificação produtiva em função das diferentes possibilidades económicas dos utentes.

A casa, isolada, individual, lugar onde se consumam os rituais familiares, sofre hoje as condições e as contradições de uma sociedade, claramente referenciada ao mundo ocidental, onde o tempo se impõe sobre o espaço e as imagens substituem cada vez mais a realidade.

A construção composta de camadas sucessivas de mão-de-obra, suja e desconfortável, molhada, fria e desordenada, que actualmente se continua a praticar em Portugal, é completamente anacrónica, e ainda que não nos seja cómodo, é o resultado de um processo projectual errado que ainda não introduz no seu conceito intrínseco os processos das linhas de montagem da produção industrial, que não pensa na economia da obra enquanto momento de gestão controlada dos tempos de montagem e que não aplica sistemas de execução e montagem em condições de trabalho óptimas em fábrica com presença mínima em estaleiro onde as condições meteorológicas adversas são imprevisíveis.

A família actual necessita de espaços flexíveis, rapidamente mutáveis, onde a privacidade seja conseguida sem ser necessário levantar paredes e fechar portas e por consequência os espaços de convívio e lazer se possam tornar amplos e abertos sem ser necessário demolir paredes e abater portas.

A matéria da construção deve necessariamente ser mínima e corresponder perfeitamente às exigências de conforto, higiene, estética, durabilidade e mínima manutenção necessárias ao homem contemporâneo.

No que diz respeito à “domotica”, temos que admitir que é mais uma infra-estrutura necessária e indiscutível a introduzir com rigor e métodos nos projectos na fase da concepção. Assim foi com as redes de esgotos, com as redes eléctricas, com as redes telefónicas, com as infra-estruturas mecânicas. Assim foi com o sistema de ar condicionado dos automóveis, e com os comandos electrónicos dos vidros. Ainda há bem pouco tempo “nós” lavava-mos a louça à mão…

Créditos fotográficos: Luís Ferreira Alves
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