Pensar uma casa
O ponto de partida foi uma preocupação simples: parecer uma casa.
A sua forma deveria ser básica. A sua matéria o betão.
O tempo um aliado.
Por analogia, emulação e filtragem surgem os elementos: telhado, janelas, chaminé, alpendre, varanda, gradeamentos.
Aparentemente opaca.
Forte e inesperado contraste interior/exterior.
Os efeitos da exposição dos materiais assumidos.
Oxidação, erosão, seca e molhado.
Descrição
O projecto imigra para um loteamento em Vila Nogueira de Azeitão.
A família pedia uma casa que olhasse a serra e se fechasse para o entorno.
A casa ocupa todo o espaço possível, sendo que a forma triangular do lote permitiu uma implantação livre dos seus limites, o que acentuou o descolamento da envolvente mais próxima.
Um volume monolítico em betão aparente é pontuado por vãos que surgem como resultado do rigor interior, coberto por um telhado de zinco.
Ao nível térreo, o interior recua nas fachadas sul e poente, gerando espaço de transição interior/exterior. As vidraças, recolhidas, são protegidas por enormes painéis de aço corten.
As escadas de acesso aos pisos são um elemento gerador de distribuição, reservando toda a fachada norte.
A casa organiza-se em quatro níveis: cave para garagem/atelier; piso térreo para sala e cozinha; primeiro piso com quarto quartos, zona de acesso ampla para estudo/lazer e balneário; sótão para sala de música/biblioteca.
No interior, o branco, a madeira de riga, os azulejos e a pedra amaciada contrastam com o betão, o ferro e a pedra serrada do exterior.