Este projecto foi encomendado em 2004 por um jovem casal que tinha comprado um terreno onde pretendia construir a sua primeira casa.
Como condições iniciais tivemos apenas a obrigatoriedade de projectar uma casa de um só piso pelo menor custo possível.
Uma coisa era óbvia, o terreno tinha uma vista deslumbrante e este acabou por ser o ponto de partida de todo o projecto.
Nos primeiros esboços tornou-se evidente que a casa deveria ser uma espécie de salto no vazio, um volume que se lança sobre a paisagem.
Localizado no topo de um vale a casa Jorge Guedes, surge como uma grande janela que cobre a paisagem. O edifício nasce dos princípios de agregação volumétrica patentes na arquitectura vernacular da região.
A casa é um todo orgânico, composto por três corpos, que se estendem pelo
terreno, procurando cada um dos volumes a melhor orientação solar e
paisagística e encerrando em si as distintas valências da casa. Um
Y
, onde o cruzamento dos braços é simultaneamente a entrada e o
ponto de distribuição, onde se separam os espaços públicos das áreas privadas.
A riqueza do espaço interior não é dada pela complexidade arquitectónica, mas por diferentes relações que são criadas entre o interior e a paisagem.
Os espaços que não estão voltados para o vale, instalação sanitária, lavandaria e cozinha são servidos por um pequeno pátio pintado de laranja que lhes permite beneficiar da luz solar directa, sem criar desequilíbrios nos alçados.
Construtivamente optou-se por um sistema elementar, de estrutura em betão executada no local e paredes em alvenaria de tijolo rebocado e pintado.