Em um imóvel tombado na artística Greene Street, a Melissa inaugurou sua primeira flagship internacional, em um ambiente que mistura loja e galeria de arte. Para respeitar as restrições solicitadas pela prefeitura nova-iorquina, foi feito um discreto trabalho de recuperação da fachada original tombada. O projeto arquitetônico foi desenvolvido pela MW Arquitetura, em parceria com os arquitetos Domingos Pascali e Edson Matsuo (responsáveis pelo projeto conceitual) e Eight Inc (escritório local responsável pelos projetos legais e executivos). A implantação ficou a cargo da construtora Richter & Ratner sob a coordenação da arquiteta Moema Wertheimer.
Desde o início dos trabalhos as ideias de galeria de arte e loja conceito caminharam juntas. O projeto deveria ser suficientemente flexível para abrigar uma grande variedade de atividades, entre elas exposição e venda de produtos, lançamentos e tendências da Melissa. Como já acontece em sua loja conceito de São Paulo na Oscar Freire, intervenções artísticas serão uma constante também na loja de Nova Iorque. Portanto, foi desenvolvido em parceria com o Estúdio Preto e Branco um projeto audiovisual bastante flexível e adaptável a qualquer demanda dos futuros artistas convidados, que poderão interagir com o espaço construído pelas mais variadas criações audiovisuais.
O conceito monocromático, totalmente “off white”, exigiu uma vasta pesquisa a respeito dos materiais que atenderiam as expectativas estética, funcionais e de execução. Consequentemente, juntas de transição entre os diversos materiais de revestimento de pisos, paredes e teto tornaram-se necessárias. Surgiu então a inspiração de utilização do mapa das ruas do Soho para desenhar os frisos que se observa em todas as superfícies da loja conceito. Por fim, o sistema de projeções acabou interagindo com o conceito dos frisos nas paredes, transformando-as em painéis vivos e interativos durante eventos, mostras e também no dia a dia da loja.
Os expositores de piso e paredes são removíveis, e no caso de um evento é possível ter um espaço livre e disponível para atividades distintas. Esta mobilidade, tanto dos expositores como do sistema de iluminação (desenvolvido em parceria com o light designer Rodrigo Jardim), possibilita a configuração de diferentes layouts para a loja, que possui 160 m2 de área expositiva e 110 m2 de estoque.
Todo o mobiliário foi desenhado para dar mobilidade à loja. Os materiais foram selecionados para garantir funcionalidade e praticidade, sem perder o foco da estética. Ao fundo, no centro da loja, foi idealizado o “grande coração” do local. Um grande vazio de pé direito duplo se projeta sobre um piso monolítico branco no subsolo, onde acontecem intervenções audiovisuais distintas, vibrando e pulsando sempre em sintonia com o “momento da galeria”.