Casa em Pedrogão, Phyd Arquitectura Phyd Arquitectura Casas minimalistas
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ABAIXO DO SOLO, SOBRE O AR

’A minha relação com o tempo é, antes de mais, muito particular tentando exprimi-lo de uma maneira gráfica; entendo o tempo como uma grande tela, uma tela imensa, onde os acontecimentos se projectam todos, desde os primeiros até aos agora mesmo. Nessa tela, tudo está ao lado de tudo, numa espécie de caos, como se o tempo fosse comprimido e além de comprimido espalmado, sobre essa superfície; e como se os acontecimentos, os factos, as pessoas, tudo isso aparecesse ali não diacronicamente arrumado, mas numa outra arrumação caótica, na qual depois seria preciso encontrar um sentido.’ (1)

Esta ideia de tempo, TEMPO PLANO, descrito pelas palavras de Saramago, é possivelmente o grande sonho que tentámos construir. Essa Ideia, da Arquitectura enquanto instrumento de captação de sítios, topografias, paisagens, usos e pessoas. Na qual o projecto desempenha apenas a missão de reter e dispor, organizar usos e qualidades do próprio sítio. Um TEMPO PLANO, arrumado pela topografia, arrumado pela função, arrumado pela qualificação do espaço. Dormir encaixado no solo, estar entre solo e ar, estar no exterior na paisagem.

Plano Horizontal onde tudo acontece, que sentiu a necessidade de compreender como se poderia construir uma casa que conseguisse capturar o sítio e as vivências. Que sentiu a necessidade de encontrar uma ligação lógica entre todas as coisas, ainda, que não pareçam ser de ali. Construir uma Casa, na qual se entra, a partir da cobertura, em que se cai, nessa descida contínua em direcção ao interior, de tudo o que existe.

Viver abaixo do solo, sobre o ar.

Viver dentro da matéria, entre a paisagem.

Como se a Casa, construísse sempre uma verdade e a sua oposição. Numa relação entre a leveza e o peso, essa antítese, essa ilusão gravítica, que sempre alimentou os sonhos dos Arquitectos ao longo da história da Arquitectura. E que sucessivamente conheceu as limitações da técnica, como limite ao sonho. Também esta casa quer construir a leveza, com o peso próprio da matéria, que a técnica do seu tempo lhe impõe.

Paulo Henrique Durão

(1) Reis, Carlos .in Diálogos com José Saramago, Editorial Caminho 1998.

CLIENTE

Particular

LOCALIZAÇÃO

Pedrogão, Torres Novas, Portugal

ESTADO

Construído

PROJECTO

2003

CONSTRUÇÃO

2006 . 2008

CUSTO

Confidencial

AUTORES

Paulo Henrique Durão

COLABORADORES

Daniel Gil Tomé

Nelson Mercê

ÁREA

285 m2

ESPECIALISTAS

Maquetas – Alexandre Calado

Estabilidade – Eng. Pedro Viegas

Construtor – António José Santos Cons.

Mecânica – Rui Regnaud

Fotografia – Montserrat Zamorano Gañán

Créditos fotográficos: Fotografia – Montserrat Zamorano Gañán
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