Num terreno ligeiramente acidentado a norte da cidade de Faro, Algarve, Portugal, estas duas casas, situadas lado a lado, foram desenhadas em conjunto com a mesma ideia conceptual. A existência de muros de pedra define as condições morfológicas para esta intervenção, criando áreas em socalcos que, combinadas com a proposta, praticamente evitaram a necessidade de manipulação e preparação do local.

Privilegiado com uma vista panorâmica sobre a paisagem a sul, no conforto do campo, com o oceano no horizonte, este empreendimento oferece um vasto espectro de atividades interiores e exteriores, Principalmente através da utilização dos seus espaços recuados nas plataformas em socalco.

Este tipo de abordagem arquitetónica apresenta uma característica importante, pelo simples facto de, apesar de serem compostas por dois pisos, aparentam ter apenas um, visto que, os andares inferiores são parcialmente enterrados e cobertos por vegetação e em continuidade com a envolvente natural.

Embora o projeto resulte de linhas retas, apresenta uma volumetria irregular que sofre torções horizontais, ajustando-se à topografia natural do terreno, independentemente da sua forma.

Com tipologias semelhantes, ambas as casas estão profundamente enraizadas na paisagem, dela passando a fazer parte.