Monte da Dourada, André Pintão André Pintão Casas de campo
Monte da Dourada, André Pintão André Pintão Casas de campo

No alto Alentejo, entre oliveiras centenárias que ainda hoje conseguem cumprir o seu papel de nos dar o seu bem mais precioso, a azeitona, nasce esta casa que, de um modo tão singelo, se implanta no meio de um terreno que, por si só, nos arrebata com a privilegiada localização, cor, topografia, aroma e flora.

A casa tem uma beleza intrínseca, típica da simplicidade do seu desenho e geometria, que nos transporta imediatamente para toda e qualquer memória de um alentejo profundo.

A sua importância arquitectónica resume-se à sua geometria volumétrica e à sua fachada principal, com os elementos que a caracterizam: a sua espessura que revela uma construção tradicional de alvenaria de pedra, as portas verticais que marcam um ritmo e a chaminé tão caracteristicamente alentejana na qual se pode ler a data de construção da casa.

Se são desprovidos de qualquer qualificação arquitectónica o restante das paredes que compõem o monte pela sua fraca qualidade construtiva, bem como pela inexistência de qualquer elemento que as torne significativas, a força do conjunto é mais do que suficiente para nos deixar marcas e memórias que nos fazem ter vontade de lá voltar.

Em resumo, pretende-se valorizar aquilo que de melhor reconhecemos: a volumetria, que com imensa simplicidade e descrição se ajusta às pequenas nuances do terreno, a fachada principal marcada pel ritmo das portas e a sua chaminé inegavelmente alentejana.

O objectivo é criar quatro fogos independentes que, pela sua proximidade e modo como se relacionam, conseguem ter uma comunicabilidade fácil e ao mesmo tempo manter a sua independência e privacidade.

Um arco, prolongado em abóbada, leva-nos a entrar pela volumetria da casa que se tinha anunciado. Por ele, chegamos a um pátio que reconhecemos desta região pelas suas características, cores e texturas materializadas em bancos de pedra, paredes brancas caiadas, calçada de pedra da região e portas de madeira pintadas num azul que não se encontra noutro lado. Aqui, temos as entradas para as habitações.

As casas, simples e com tipologias de T1 e T0, viram-se cada uma para uma vista única e independente.

O fogo que aproveita a lareira de chão pré-existente, um T1 que se vira para nascente, tira partido das aberturas da fachada principal para iluminação natural e vistas das oliveiras que enchem o lote.

Outro T1, simétrico, vira-se para poente e tira partido das vistas para o tanque e poço.

Os apartamentos de tipologia T0 viram-se ambos para sul, ainda que com enquadramentos diferentes. Se um aproveita a beleza que as oliveiras lhe proporcionam potenciadas pelo dramatismo que o desnível do vale lhes confere, o outro emoldura-se pelas duas figueiras magistrais que conseguem criar um ambiente único e inesperado no meio daquela paisagem.

Todos os fogos se apresentam equipados com uma sala com kitchenette aberta para a zona de jantar.

Em suma, uma reinterpretação do monte existente, com funcionalidade e habitabilidade melhoradas, mantendo as suas qualidades intrínsecas. Um adaptação à nova realidade programática e uma nova maneira de estar no Alentejo.

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