< >
Edifício CAMPECHE PREMIUM - México, arcq.o | rui costa & simão ferreira arquitectos, Lda. arcq.o | rui costa & simão ferreira arquitectos, Lda.
< >
Edifício CAMPECHE PREMIUM - México, arcq.o | rui costa & simão ferreira arquitectos, Lda. arcq.o | rui costa & simão ferreira arquitectos, Lda.

Edifício de Habitação Multi-familiar energicamente sustentável.

Com uma área total de construção (coberta) de 980 m2, dividida por 3 pisos, e uma área verde circundante (onde se insere uma piscina) de 290 m2, este empreendimento irá albergar 5 apartamentos com 2 quartos cada (com uma capacidade máxima para 6 pessoas), 2 apartamentos com 1 quarto cada (com uma capacidade máxima para 4 pessoas) e 2 estúdios (com uma capacidade máxima para 2 pessoas).

Possuirá ainda 10 lugares de estacionamento coberto (podendo ter ainda mais 2 descobertos), uma escada (que estabelece a comunicação vertical), uma área técnica e de serviço (onde ficará o equipamento de ar condicionado e uma lavandaria coletiva) e áreas verdes circundantes (uma privativa, com mais de 150 m2, e outras de enquadramento com cerca de 120 m2).

O facto de se ter apostado em tipologias com diferente tipo de capacidade de ocupação, confere ao empreendimento uma maior versatilidade e uma rentabilidade consideravelmente superior. Com efeito, desde que os apartamentos estejam devidamente equipados, os apartamentos mais pequenos acabam por ser mais fáceis de alugar e têm um valor/m2 superior.

Este empreendimento, apresenta uma correta distribuição dos espaços interiores, de forma a tirar partido da insolação direta, diminuindo deste modo a necessidade de iluminação artificial.

Na zona central do edifício encontra-se um espaço de circulação e distribuição servido por uma ampla claraboia que ilumina zenitalmente os três pisos, funcionando igualmente para ventilação pois os vãos ao nível da claraboia podem-se abrir para esse efeito.

Em termos construtivos é um edifício constituído por paredes simples de alvenaria de tijolo de 15 cm de espessura, isoladas termicamente pelo exterior. A laje de cobertura será maciça e isolada termicamente pelo exterior; o pavimento em contacto com o solo é igualmente isolado (na zona do apartamento térreo) de modo a reduzir as inercias térmicas existente no subsolo.

Os vãos são constituídos por vidro duplo incolor, protegidos por soluções de ensombramento exterior, reduzindo de forma significativa a incidência direta do sol nos mesmos. A solução do isolamento pelo exterior conduz a uma situação de ausência de “pontes térmicas”.

A ideia inicial e objetivo central deste projeto, é que o edifício possa responder positivamente às solicitações do clima de Villahermosa – Tabasco, e que as condições de conforto térmico no seu interior sejam satisfeitas durante todo o ano.

O edifício, foi assim concebido numa lógica integradora de várias estratégias que no seu conjunto irão determinar o seu comportamento térmico final. Este pressuposto, conduziu desde logo a dois princípios básicos:

· Otimização da qualidade da sua envolvente

· Potenciar os ganhos solares no edifício

De forma a diminuir as trocas térmicas do edifício, com a utilização de um isolamento térmico adequado no exterior do mesmo, conseguimos aumentar a sua “eficiência energética” uma vez que mantém a “massa inercial” do edifício no interior (durante a noite, mais fresca) e constitui uma primeira barreira à onda de calor exterior (durante o dia, mais quente).

A potenciação dos ganhos solares, foi a estratégia dominante no projeto que determinou a sua implantação, o dimensionamento e orientação das áreas de vãos do edifício.

Todas as fachadas receberão luz solar durante o dia, tendo, por isso, todos os vãos sido detalhadamente estudados de modo a evitar elevadas trocas térmicas pelos mesmos, com palas de ensombramento e estores de lâminas.

Pelo facto de serem reguláveis e orientáveis, o utilizador adequa a entrada de radiação solar e de luz e o facto de serem aplicados pelo exterior, traduz-se numa “eficiência” e estratégia fundamental para os períodos mais quentes, uma vez que evitam a incidência solar direta nos vãos e, portanto, o aquecimento do interior.

Na cobertura do edifício, serão instalados um conjunto de painéis modulares fotovoltaicos (para fornecer energia elétrica gratuita ao edifício) e também painéis solares térmicos (que irão proporcionar toda a água quente sanitária necessária e, o eventual excesso, poderá servir para aquecer a água da piscina).

Um outro sistema passivo, integrado neste edifício é um sistema de arrefecimento pelo solo, que permitirá o arrefecimento do ar a ser injetado no edifício. Este sistema foi pensado como solução complementar a uma estratégia global, onde se inclui a otimização dos ganhos solares no edifício associado a um esquema de ventilação natural, e vai utilizar um conjunto de medidas e estratégias que, no seu conjunto, constituem o “sistema de arrefecimento natural do edifício”.

A ventilação natural e, sobretudo, a ventilação noturna permitirá uma gestão das cargas internas do edifício, fundamental para a boa prestação térmica do mesmo. Foram desenhados sistemas que possibilitam ao utilizador a gestão individual de cada espaço do seu apartamento em termos de ventilação transversal.

Quanto ao sistema de arrefecimento pelo solo, que constitui a inovação maior no conjunto de estratégias de arrefecimento idealizadas para este edifício, a ideia fundamental resulta do solo apresentar uma temperatura constante próxima dos 15º C, enquanto a temperatura exterior do ar pode ultrapassar aos 35º C. Existe, assim, um potencial de frio na terra (fonte fria), muito interessante para arrefecer o ar que será injetado no interior do edifício.

Será o conjunto de estratégias de ventilação (diurna e noturna) que determinará o nível de cargas no interior do edifício e respetiva temperatura, sendo que o sistema de arrefecimento pelo solo vem complementar a estratégia de ventilação.

O sistema de ar condicionado que será também usado, apenas terá que compensar a carga térmica em falta, ficando localizados os seus aparelhos na zona mais fresca do edifício.

O projeto dedicou particular atenção às questões de iluminação natural, tendo definido vários sistemas que potenciam a captação da luz natural, nomeadamente um “poço de luz” central no edifício que atravessa os seus 3 pisos e a adoção de superfícies translúcidas no interior.

As aberturas nas diferentes fachadas foram projetadas de forma a permitir uma ventilação transversal que possa “varrer” todo o edifício. Esta situação é possível pela existência de bandeiras superiores de lâminas reguláveis em todas as portas e vãos interiores, que coexistem com o poço central de iluminação que, por sua vez, permite uma ventilação ascensional por efeito de chaminé, uma vez que no topo do poço se encontram aberturas motorizadas.

A situação de ventilação ascensional ocorre também na escada principal do edifício, que possui aberturas na parte inferior e superior que permitem essa circulação do ar. A existência de uma claraboia motorizada de “desemfumagem” permite ainda aumentar esse efeito de ventilação.

O interior do edifício apresenta um excelente nível de iluminação natural para o qual contribuem os seguintes aspectos: todas as salas e quartos têm vãos exteriores com grandes áreas de envidraçados; as portas de comunicação com o corredor possuem bandeiras translúcidas; e a zona central do edifício é atravessada por um poço de luz comum a todos os pisos, com uma claraboia ao nível da cobertura.

Créditos fotográficos: render by ruicosta.arquitecto
Fotos semelhantes

homify - transforme a sua casa

4.5

Navegue por milhões de fotos com a app da homify!

FAÇA DOWNLOAD DA APP GRÁTIS
Não, obrigado