Projecto de construção de uma recuperação/ampliação de uma Habitação Unifamiliar a levar a efeito na Quinta do Serrado, lugar das carvalhiças, freguesia e Concelho de Melgaço, Distrito de Viana do Castelo. A zona de intervenção tem uma área de 1886 m2. Área de implantação – 116.71 m2
Área bruta – 254.00 m2
Área total de pavimentos – 215.00 m2
Área Útil – 134.93 m2
N.º de pisos acima da cota de soleira – 2
N.º de pisos abaixo da cota de soleira – 1
Cércea – 9.73 m
A construção existente a intervir está implantada num terreno tipo
quinta onde se cultivam produtos agrícolas destacando-se a actividade vinícola.
Insere-se num pequeno aglomerado de características rurais no qual predomina o
uso habitacional e a actividade agrícola. As vedações do terreno são em
alvenaria de pedra e são para manter.
O edificado existente é composto por duas habitações de pequenas dimensões separadas por uma distância não superior a 2 m. O objectivo da proposta é uni-las num só edifício de habitação e manter a implantação das mesmas, recuperando alguns paramentos.
A área de ampliação final resultará apenas dessa união.
O(s) edifício(s) desenvolvem-se em duas cotas distintas: o 1º corpo que compõe a adega e sala de estar está implantado à cota 52,81;o 2º corpo, que compõe as restantes áreas, está implantado à cota 54,00.
A intenção concepcional do projecto visou desde o início a manutenção
da inserção da construção com a natureza rural e orgânica do sítio, aludindo à arquitectura
tradicional e vernacular da região e incutindo-lhe ao mesmo tempo a modernidade
actual necessária (evolução). Neste sentido favoreceu-se a utilização de
materiais duráveis facilmente recuperáveis e reutilizáveis, a adaptação ao
clima e o uso de técnicas construtivas que favoreçam a climatização natural da
habitação.
A intenção é manter o conjunto e se misture com a paisagem envolvente como se fizesse parte dela.
Relativamente à volumetria adoptada considera-se que é consequência da
funcionalidade inerente do edifício, própria de outros tempos onde se adaptava
a habitação ao terreno de forma orgânica.
Começando pela cota mais baixa do 1º edifício 52,81 onde se localizava antigamente a adega, optou.se por manter esta função de forma a dar apoio à vinha (alvarinho) existente. Também à mesma cota existe um anexo onde se irá localizar futuramente a garagem.
Relativamente ao piso intermédio optou-se por uma distribuição interior que se reflecte no conjunto de volumes exteriores, optando por implantar estrategicamente em primeiro, a circulação vertical (escadas) por forma a assegurar uma correta distribuição de espaços e também com a intenção racional de oferecer conforto e criar ambiências interiores advindas do exterior. Assim sendo todas as áreas têm uma relação directa com o exterior. Este tipo de distribuição tem a vantagem de num mesmo espaço, interagir com o todo mediante pátios e da mesma forma ser independente e individualizado relativamente aos outros. Acima de tudo, permite provocar uma relação do interior/exterior privilegiada.
O último piso, é mais compacto e corresponde à zona dos quartos.
A nível de materiais e revestimentos das fachadas serão mantidas e recuperadas as paredes em pedra da região e completadas com a cobertura e revestimento em zinco intervaladas por painéis envidraçados de forma a conferir à volumetria uma imagem sólida e consonante. A cobertura em zinco manter-se-a inclinada e prolongar-se-a ou estenderá pela fachada conferindo-lhe por um lado a durabilidade própria do material, e por outra uma leveza que tornará a imagem da habitação menos pesada. A caixilharia também será de cor cinza tipo antracite para reforçar a linguagem de unidade com o resto da habitação.
Optou-se por demolir algumas fachadas para permitir o acesso da luz solar e por outro lado, permitir a desejada ampliação de forma a conter todos os espaços pretendidos.
No primeiro edifício, o que contem a adega e sala de estar, demoliu-se parte da fachada, para poder usufruir de toda a paisagem sobranceira à quinta. Consequentemente para poder evitar que a luz solar incide-se demasiado no espaço interior da sala de estar optou-se por prolongar a cobertura de forma a criar sombreamento.