Contaminar SERRA de TOMAR
Entre a paisagem da serra, descobre-se o contaminar Serra de Tomar. A habitação de férias, para dois irmãos. Deste sítio, é possível, contemplar a barragem de Castelo de Bode, e toda a envolvente, numa infinita paisagem onde os tons terra e o pinhal, marcam o local.
A habitação parece nascer do terreno, com a mesma palete cromática, funde-se com o terreno. Um dos seus alçados encontra-se enterrado, quanto aos alçados restantes, apesar de não se encontrarem enterrados, acompanham a morfologia do terreno.
A habitação, desenvolve-se de modo a poder contemplar tudo em seu redor, ou de modo a poder fechar-se. É através de umas grandes portadas, a casa abre e fecha-se para a envolvente.
A construção, desenvolve-se a partir do espaço comum e central para as duas famílias e com duas alas para cada um dos familiares. A porta da entrada, é revestida com a mesma materialidade da restante habitação, tornando-se assim, difícil de identificar, mas depois de a atravessar para o interior da casa, o momento da entrada fica marcado por uma sensação de voltar ao exterior.
É a
partir da zona comum, onde se encontra a entrada, a cozinha e sala, que a
habitação se desenvolve, quase em forma de um s estilizado. A sala e a cozinha são um só. Este espaço comum aos
dois, é marcado pelo momento de reunião familiar. A cozinha é
arrumada
dentro das paredes, a única peça que se destaca é a grande
bancada, mesa de jantar ao centro, que nasce do chão num ponto e parece
flutuar. Aqui, é possível contemplar toda a envolvente verde, através de um
grande vão que rasga parte do alçado deste espaço. O alpendre, em frente,
possibilita também o prolongamento do espaço interior [sala] para o exterior,
sem perder toda a privacidade que lhe está associada, desfrutando o sossego do
sol das longas tarde de verão.
É através dos dois percursos, um a partir da cozinha, e outro a partir da sala, que se começa a aceder ás zonas mais íntimas da casa.
Para o lado Este, mais próximo da cozinha, desenvolvem-se em rampa, encaminha-nos para dois quartos e uma instalação sanitária. Para o lado Oeste, mais próximo da sala, desenvolve-se o mesmo programa para a família do outro irmão.
A casa é um grande vão voltado para a barragem, um volume que serpenteia e adoça-se ás curvas de nível do terreno, com um jogo de vazios pontuais nos espaços de quartos, com leituras distintas, que podem ser delimitados, fechados, tornando assim, a casa num grande maciço. Apenas se percebe o cheio que se funde com o terreno, envolvido por uma paisagem de perder de vista. Onde estás? Onde te escondes?