Casa Alcoutins
O território é o plano onde os nossos projectos se fazem arquitectura.
É sobre ele que construímos e o que vemos são as formas aparentes,
aquelas que se apresentam acima desse plano.
Na casa de Alcoutins a forma real é a que tem como suporte um plano a um nível 3,5 metros abaixo da linha de terra. É como num lago, onde os volumes flutuam ou assentam no fundo vendo-se apenas a parte que aparece acima da linha de agua.
A casa de Alcoutins segue o método de produção do espaço que suporta os nossos projectos com execução de maqueta de estudo em balsa e cartão KLine. Nesse processo tem interesse falar sobre a parte não programada, intuitiva aquela que resulta de acções ocasionais libertas de qualquer preconceito que não aquele resultado da analise das condicionantes objectivas do sítio e de qualquer sistema regulador do desenho arquitectónico.
Esta casa é contemporânea da casa de Belas com o desfasamento de projecto de
apenas algumas semanas e a sua forma é também resultado da força do acaso interferindo
no processo de composição baseado numa análise lógica. Uma conversa à volta da
mesa onde pousavam bocados de maqueta, sobrantes do modelo daquela casa, que na
sua relação desarrumada esperava a mão que os livrasse do destino provável do
caixote do lixo. Com os olhos na planta do terreno, a memória revendo o
programa funcional da casa e as mãos brincando
com os pedaços de
cartão definiram-se planos , armaram-se volumes e assim que nasceu a casa de
Alcoutins. Racionalismo e intuição em tempos e proporções não mensuráveis.
Localização: Lisboa, Portugal
Área do Lote: 1172m2
Área de Construção: acima do solo- 374m2
abaixo do solo- 282m2
total- 656m2
Arquitectura: Guedes Cruz Arquitectos- José Guedes Cruz, César Marques, Marco Martínez Marinho
Colaboradores Arquitectura: Patrícia Maria Matos, Nelson Aranha
Construtora: Bonorma
Arranjos exteriores: Paula Botas
Estrutura: PPE
Instalações Especiais: Espaço Energia
Fiscalização: Horácio Serras